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Patrono da ATBT - Almirante Antônio Luiz von Hoonholtz - Barão de Teffé

Nascimento

Casarão da família Hoonholtz em Itaguaí, RJAntônio Luiz von Hoonholtz, nascido em 09/05/1837 em Itaguaí - RJ, era o filho caçula de Frederico Guilherme von Hoonholtz (em alemão: Friedrich Wilhelm von Hoonholtz) e de Joana Cristina von Engel Alt (em alemão: Johanne Cristine van Engel Alt) - ambos se conheceram no navio que os trouxe ao Brasil. Frederico Guilherme foi um engenheiro militar prussiano - alguns autores atribuem a ele o título de Conde, porém sem confirmação -, que lutou nas guerras napoleônicas, e veio servir ao Imperador D. Pedro I nas lutas pela Independência, tendo sido incorporado ao Exército em 1824 no Corpo de Estrangeiros. Frederico Guilherme faleceu em 31/12/1837 aos 42 anos de idade, deixando órfãos Antônio Luiz, com apenas 7 meses de vida, e seus quatro irmãos.

Mais detalhes desse período estão no livro "Barão de Teffé, militar e cientista, Biografia do Almirante Antônio Luís von Hoonholtz", escrito por Tetrá de Teffé, casada com Álvaro de Teffé, um dos filhos do Barão.

Carreira na Marinha

Antônio Luiz von HoonholtzTalvez o histórico militar de seu pai e da família de sua mãe, bisneta de um almirante e sobrinha de um comandante, ambos batavos e com sobrenome van Engel, explique o fato de Antônio Luiz ter ingressado na Academia de Marinha em 18/02/1852, aos 14 anos (completaria 15 anos em maio), que era a idade mínima para ingresso. Nesta época, a Academia de Marinha, como era conhecida, funcionava em um prédio alugado no Largo da Prainha (hoje Praça Mauá, na cidade do Rio de Janeiro). O Aspirante Hoonholtz foi declarado Guarda-Marinha em 16/11/1854.

Em seguida, embarcou nos Vapores Viamão e Camaquã, tendo sido nomeado Segundo-Tenente a bordo da Corveta Bahiana em 22/09/1857. Era Primeiro-Tenente, promovido em 02/12/1860, quando recebeu seu primeiro comando, a Canhoneira Araguary. A bordo dela, Hoonholtz se notabilizaria pelas ações empreendidas na Guerra do Paraguai, sobretudo na Batalha Naval do Riachuelo em 11/06/1865. Promovido a Capitão-Tenente em 21/01/1867, ele foi o primeiro comandante da Corveta Guanabara, que mais tarde passaria a se chamar Vital de Oliveira. Ainda durante a guerra, em 1868, Hoonholtz comandaria o Monitor encouraçado Bahia, com o qual forçou as baterias do Timbó e de Tebicuary.

De volta ao Rio de Janeiro, receberia as insígnias de Capitão-de-Fragata em 02/12/1869 - não existia o posto de Capitão-de-Corveta naquela época. Foi promovido a Capitão-de-Mar-e-Guerra em 07/12/1878 e a Chefe de Divisão (equivalente a Contra-Almirante na época) em 09/07/1883. Cabe notar que o posto de Chefe de Divisão foi suprimido pelo Decreto nº 108-A de 30/12/1889.

Após a Proclamação da República em 15/11/1889, Hoonholtz foi transferido para a reserva a pedido em 01/05/1890, reformado e promovido a Vice-Almirante em 23/05/1891, e a Almirante (Reformado) em 07/12/1912.

Carreira: Praça de Aspirante a Guarda-Marinha em 18/02/1852; Guarda-Marinha em 16/11/1854; Segundo-Tenente em 22/09/1857; Primeiro-Tenente em 02/12/1860; Capitão-Tenente em 21/01/1867; Capitão-de-Fragata em 02/12/1869; Capitão-de-Mar-e-Guerra em 07/12/1878; Chefe de Divisão em 09/07/1883; Vice-Almirante (reformado) em 23/05/1891; e Almirante (reformado) em 07/12/1912.
Fonte: Acervo Arquivístico da Marinha

A Família

Em rápida viagem à Corte durante a Guerra do Paraguai, o então Capitão-Tenente Hoonholtz, futuro Barão de Teffé, casou a 28/03/1868 com Maria Luiza Dodsworth, filha do imigrante escocês George John Dodsworth e de Maria Leocádia do Nascimento Lobo, pertencente a uma família tradicional do Rio de Janeiro. O irmão de D. Maria Luiza, Jorge João Dodsworth, seria mais tarde agraciado com o título de segundo "Barão de Javari". Após o casamento, Hoonholtz retornou ao teatro de operações.

O casal teve quatro filhos: Oscar de Teffé von Hoonholtz, embaixador do Brasil; Otávio de Teffé von Hoonholtz, diplomata e escritor; Álvaro de Teffé von Hoonholtz, oficial de registro de títulos no Rio de Janeiro; e a célebre Nair de Teffé von Hoonholtz, que viria a se casar em 08/12/1913 com o Marechal Hermes da Fonseca, Presidente da República de 1910 a 1914.

Solar da família do Barão de Teffé, na Rua Silva Jardim, em Petrópolis - RJO Barão de Teffé viveu os últimos anos de sua vida em Petrópolis, vindo a falecer em 07/02/1931 (ver nota abaixo), aos 93 anos, entre livros, papéis e documentos, e na companhia de amigos e familiares. Sua esposa, a Baronesa Maria Luiza Dodsworth von Hoonholtz foi igualmente uma figura muito querida e respeitada na sociedade petropolitana, vindo a falecer na residência da família em 06/11/1934. O solar (fig. ao lado) no qual residiam ficava na Rua Silva Jardim, em Petropolis - RJ.

Lápide do túmulo do Barão de Teffé, em Petrópolis - RJNota: Algumas fontes de consulta pesquisadas indicam o dia 06/02/1931 como a data de falecimento do Barão de Teffé. Entretanto, consideramos o dia 07/02/1931, que consta na lápide de seu túmulo, localizado no Cemitério Municipal de Petrópolis - RJ, nº 3515, quadra 08 direita, fila 01, ordem 12:

“ALMIRANTE BARÃO DE TEFFÉ
Aqui jaz o bravo Comandante da gentil canhoneira Araguary - ANTÔNIO LUIZ VON HOONHOLTZ - mais tarde Grande do Império e Senador da República
Ministro Plenipotenciário e membro das academias de sciencias de Pariz e de Madrid
Fallecido no dia 7 de fevereiro de 1931 aos 93 annos de edade na cidade de Petrópolis”

O Hidrógrafo e Cientista

No século XIX, os levantamentos hidrográficos e a produção de cartas náuticas da costa brasileira eram feitos por hidrógrafos franceses, com destaque para o Capitão-de-Fragata Amédée Ernest Barthélemy Mouchez. As cartas náuticas eram distribuídas pelo Almirantado Britânico.

Nessa época, alguns oficiais brasileiros, por iniciativa própria, começaram a realizar levantamentos hidrográficos com a mesma qualidade dos franceses, como Manoel Antônio Vital de Oliveira, que morreu em combate na passagem de Curupaiti (Guerra do Paraguai) em 02/02/1867, aos 37 anos de idade, no posto de Capitão-de-Fragata, quando comandava o Encouraçado Silvado. Vital de Oliveira é o Patrono da Hidrografia Brasileira, e no dia de seu nascimento, 28 de setembro, comemora-se o Dia do Hidrógrafo.

Placa com frase do Barão de Teffé, DHN - RJAntônio Luiz von Hoonholtz foi outro dedicado oficial hidrógrafo, oito anos mais jovem que Vital de Oliveira. Em 1858, com apenas 21 anos, o então Segundo-Tenente Hoonholtz foi nomeado instrutor de Hidrografia, o que constituiu fato inédito na Marinha. Em 1859, como Primeiro-Tenente a bordo da Corveta Bahiana, foi instrutor de Guardas-Marinha em viagem de instrução à Europa e escreveu o Compêndio de Hidrografia, que foi a primeira obra sobre Hidrografia em língua portuguesa, que veio a ser publicado em 1864 no Rio de Janeiro. Trata-se de um trabalho premiado e de grande importância histórica.

De 1862 a 1864, realizou levantamentos hidrográficos no canal de Santa Catarina, em Laguna e em Porto Belo. Este levantamento hidrográfico de Santa Catarina foi anexado por Mouchez ao Atlas da Costa do Brasil.

Canhoneira AraguaryEntre 1865 e 1869, lutou na Guerra do Paraguai, tendo sido herói na decisiva Batalha Naval do Riachuelo, comandando a canhoneira Araguary (fig. ao lado), com a qual travou combates também em Cuevas, Mercedes, Curuzu e Curupaiti - nesta última, Vital de Oliveira veio a falecer. Ao longo da guerra, Hoonholtz ainda utilizou seus sólidos conhecimentos em Hidrografia para sondar o desconhecido Rio Paraná debaixo de fogo inimigo, a fim de estabelecer o melhor ponto de desembarque das tropas da Tríplice Aliança em Passo da Pátria, território paraguaio.

Antes da campanha do Paraguai, o então Tenente Hoonholtz já havia ganhado destaque na Hidrografia, principalmente pela excelência de seu trabalho de levantamento da planta da costa e ilha de Santa Catharina, citado anteriormente. Também, durante a guerra, Hoonholtz atuou em levantamentos hidrográficos que permitiram às tropas aliadas desembarcarem em território paraguaio.

Portanto, terminada a guerra, o então Capitão-de-Fragata Hoonholtz foi colocado à disposição do Ministério dos Negócios Estrangeiros por Aviso do Ministro da Marinha de 18/01/1871, e nomeado Chefe da Comissão de Limites com o Peru em 21/01/1871. Trata-se da primeira Comissão mista demarcadora de limites entre o Brasil e o Peru, numa inóspita região amazônica e em condições extremamente árduas, quando determinou a nascente do rio Javari. Esta notável expedição científica, que começou com 82 homens e terminou com dez devido a doenças e enfrentamentos com os índios, foi documentada no livro Un Explorateur Brésilien, de Alfred Marc, publicado em 1889 com base no diário do Comandante Hoonholtz, que perdeu seu irmão mais velho, Carlos Guilherme von Hoonholtz, vítima de beribéri em 1874, e que atuava como agrimensor.

Tal expedição no Alto Amazonas foi de vital importância para a definição das fronteiras com o Peru, e acrescentou centenas de quilômetros de terras férteis ao Brasil. E, graças a esse grande feito, o Imperador D. Pedro II concedeu ao Capitão-de-Fragata Hoonholtz o título de Barão de Teffé, que dez anos mais tarde seria acrescido com honras de grandeza por conta de outra expedição científica chefiada por Hoonholtz, de observação da passagem do planeta Vênus pelo disco solar.

Hoonholtz realizou também os primeiros estudos para a melhoria dos portos de Santos, Antonina (hoje Porto Teffé) e Paranaguá, a pedido do Ministério da Agricultura, entre inúmeros levantamentos hidrográficos. Ele também ajudou a criar e organizar os primeiros órgãos dedicados à Hidrografia, Meteorologia e Sinalização Náutica da Marinha, como a Repartição de Pharois em 26/01/1876 e a Repartição Hidrographica em 02/02/1876 - embrião da atual Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) -, da qual foi seu primeiro Diretor de 16/02/1876 a 07/01/1890. A Repartição Central de Meteorologia seria criada em 1888. Mais tarde, em 1891, as três Repartições seriam unificadas na Repartição da Carta Marítima.

Observação de VênusO que realmente marcou sua carreira como cientista foram as observações referentes à passagem do planeta Vênus pelo disco solar em 1882. Tais estudos tinham grande importância para a determinação da distância entre a Terra e o Sol, uma vez que o fenômeno se repetiria somente dali a 121,5 anos (em 2004). Duas comissões foram formadas: uma sob o comando do Capitão-de-Fragata Saldanha da Gama, acompanharia o fenômeno da região subantártica do Estreito de Magalhães; e a outra, sob o comando do então Capitão-de-Mar-e-Guerra Hoonholtz, seguiria para a Ilha São Tomás, nas Antilhas. Registrados todos os dados num volumoso relatório, as conclusões foram posteriormente confirmadas com as obtidas pelos cientistas da Academia de Paris.

Títulos

Almirante Hoonholtz, Barão de TefféEm reconhecimento ao seu trabalho à frente da 1ª Comissão mista demarcadora de limites entre o Império e o Peru, citado anteriormente, o então Capitão-de-Fragata Hoonholtz recebeu em 11/06/1873 o título de Barão de Teffé, concedido pelo Imperador D. Pedro II. Em 10/03/1883, o Barão de Teffé foi agraciado com honras de grandeza pelos "distintos serviços que prestou a ciência nos trabalhos de observação da passagem de Vênus pelo disco solar". Posteriormente, recebeu o título de Grande do Império. E, em 14/03/1886, foi nomeado Veador da Casa Imperial, antigo título honorífico. Estes últimos títulos nobiliárquicos lhe davam direito de acesso à Corte e à família Imperial.

Cabe ressaltar que os títulos nobiliárquicos concedidos ao Barão de Teffé eram o reconhecimento do Imperador pelos seus relevantes serviços prestados à ciência e ao Brasil, e não pela sua posição hierárquica dentro da Marinha. Assim, quando recebeu o seu primeiro baronato em 1873, Hoonholtz se tornou o primeiro Capitão-de-Fragata brasileiro a receber tal honraria, já que os títulos nobiliárquicos eram concedidos ao alto oficialato da Marinha e Exército, e membros do Estado-Maior até então.

Em 27/10/1882, Hoonholtz foi eleito sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), passando a efetivo em 1885, honorário em 1914 e, finalmente, a benemérito. Em 1889, já Almirante (Chefe de Divisão) em missão na França, foi o primeiro sul-americano, além do próprio Imperador D. Pedro II, a ser admitido como Membro da Academia de Ciências, Instituto de Paris, na seção de Geografia e Navegação, pelo trabalho realizado na região amazônica que levou à demarcação da fronteira entre o Brasil e o Peru.

Hoonholtz pertenceu, ainda, a diversas instituições científicas e culturais nacionais e estrangeiras, como a Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro (atual Sociedade Brasileira de Geografia), Sociedade de Geografia Comercial de Paris, Sociedade de Geografia Comercial de Lisboa, Conselho Diretor da Sociedade de Imigração, Academia de Ciências de Madri, e Liga Marítima Brasileira.

Por ocasião da Proclamação da República em 1889, o então Chefe de Divisão Hoonholtz estava em missão permanente na França. Porém, como não se opôs ao novo regime, e gozava de grande prestígio no meio acadêmico e diplomático, fruto de sua longa e bem sucedida carreira, Deodoro da Fonseca o nomeou Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário de 1ª Classe em Bruxelas, Roma e Viena. É interessante notar que, apesar da turbulência política, o Barão de Teffé conseguiu fazer a transição entre o Império e a República, continuando a servir à Pátria com a mesma dedicação e competência de sempre. Porém, o seu passado monarquista lhe causaria alguns problemas com Floriano Peixoto, mas que logo seriam superados, e ele voltaria a exercer cargo diplomático, passando a residir em Nice, França, até o seu retorno definitivo ao Brasil em 1903.

Por fim, o Barão de Teffé foi Senador pelo Estado do Amazonas de 1913 a 1915 (fonte: Senado Federal).

Condecorações

Oficial da I. Ordem do Cruzeiro e da Rosa; Grã-Cruz da I. Ordem de S. Bento de Aviz; Oficial da Ordem de Isabel a Católica de Espanha; medalhas da Campanha Geral do Paraguai, da Batalha de Riachuelo, da tomada de Corrientes, das conferidas pelas Repúblicas Argentina e Uruguai e a de Bravura nº 3; Medalhas de Ouro da Sociedade de Geografia do RJ e da Exposição Universal de Paris.

O Literato e Político

Barão de TefféNão obstante ter sido um militar exemplar, professor, diplomata e cientista, Antônio Luiz Von Hoonholtz se destacou ainda como literato. Além de textos técnicos, constam de sua bibliografia: A CORVETA DIANA (romance, 1863); diversas cartas, dentre as quais a carta datada de 22/06/1865 para o seu irmão Frederico José von Hoonholtz, considerada o melhor e mais completo documento histórico sobre a Batalha Naval do Riachuelo; DIÁRIO (relato de suas experiências na Amazônia); JUSTIÇA DE DEUS (drama naval, 1887); e EM TERRA E NO MAR (romance teatralizado, 1912).

Também no campo político sua atividade merece menção. Como quase todo homem público do Império, o Barão de Teffé pertenceu à Maçonaria, nela ingressando com apenas 23 anos. Por último, foi Senador pelo Amazonas de 1913 a 1915, no final do governo do Marechal Hermes da Fonseca.

O Nosso Patrono

Barão de Teffé com escoteiros em Petrópolis

Quando estávamos no terceiro ano do Colégio Naval (CN) em 1983, precisávamos definir o Patrono da Turma, e começamos a pesquisar nomes de personagens importantes da nossa História. No verão de 1982-83, a Marinha havia iniciado a exploração científica da Antártida, e o primeiro navio antártico, batizado merecidamente de "Barão de Teffé", era motivo de grande orgulho e celebração.

Após consulta ao nosso saudoso Professor de História, Gulherme de Andréa Frota, pesquisador e autor de livros e artigos sobre o Brasil Império, ficamos convencidos da escolha a fazer. E, assim, o Barão de Teffé foi escolhido como Patrono da turma de formandos do Colégio Naval (CN) em 1983, doravante denominada Turma Barão de Teffé. Este fato foi registrado pelo aluno 3009 - Rabello (hoje Almirante-de-Esquadra), na Revista "A Fragata" nº 32, Colégio Naval - 1983.

Fotografia: Barão de Teffé com um grupo de escoteiros em Petrópolis (Acervo do SDM).

Mesmo nos dias atuais, não seria nada fácil realizar tudo que o Barão de Teffé conquistou ao longo de sua brilhante carreira. Nosso Patrono foi um homem estudioso, instrutor, cientista, escritor, herói de guerra, comandou diversos navios, fez levantamentos hidrográficos importantes em regiões inóspitas, ajudou a demarcar as fronteiras do Brasil Império, criou e organizou os primeiros órgãos de Hidrografia em nossa Marinha, representou o Brasil em organismos internacionais e recebeu em vida honrarias que somente D. Pedro II havia recebido. Sua vida permanece registrada na História como exemplo a ser seguido, mais que apenas relembrado.

Viva o Barão de Teffé!

Curiosidades: Posteriormente, descobrimos que a Turma que entrou no Colégio Naval (CN) em 1965, na Escola Naval (EN) em 1967, e foi declarada Guarda-Marinha (GM) em 1970, também já havia recebido o nome Turma Barão de Teffé, porém a associação de turma correspondente adotou o nome Associação da Turma Ricardo de Moraes (ATRM), em homenagem ao colega falecido, que foi o Comandante-Aluno ("01") tanto no CN quanto na EN. Pertencem a esta turma os Almirantes-de-Esquadra Wiemer e Max, o Vice-Almirante Lawrence e o Capitão-de-Mar-e-Guerra De Paula - os dois últimos foram Comandantes de Companhia no CN na época da nossa Turma (1981 a 1983).

Interessante é que 1965 foi o ano em que a maior parte dos integrantes da nossa Turma CN-81 (a segunda Turma "Barão de Teffé") nasceram.

As primeiras Turmas do CN adotavam o nome do primeiro colocado ou de algum integrante falecido, ou do alfabeto fonético naval à época, como as turmas "Dedo" (CN-54), "Elmo" (CN-55) e "Face" (CN-56). A partir de 1957, as Turmas passaram a homenagear fatos e pessoas gradas de nossa História, embora uma ou outra Associação da Turma tenha adotado o nome de um colega falecido como forma de homenagem póstuma.

Homenagens da Marinha do Brasil

NApOc H-42 Barão de TefféA Marinha do Brasil homenageou o ilustre Almirante Antônio Luiz von Hoonholtz, denominando o Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) adquirido em 1982 com o nome "Barão de Teffé", indicativo visual H-42, que foi pioneiro na atuação da Hidrografia brasileira na Antártida. Este navio foi subordinado à Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) e realizou doze Operações Antárticas entre dezembro de 1982 e abril de 1994. Em maio de 1994, foi reclassificado como Navio Faroleiro, tendo atuado também em comissões de apoio logístico até a sua baixa em 24/07/2002.

Também, a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) criou o prêmio "Barão de Teffé" para agraciar os alunos do curso de Hidrografia que obtiverem a maior média nesta área do conhecimento técnico-científico.

Referências

O presente artigo foi escrito pelo nosso colega de Turma João Rodrigues, aluno 1004 no CN-1981, a partir das seguintes fontes de consulta:

  1. Artigo do aluno 3009 - Rabello, do 3º ano do CN-83, publicado na Revista "A Fragata" nº 32, Colégio Naval, 1983.
  2. Verbete na Wikipedia sobre Frederico Guilherme von Hoonholtz (consulta em 19/06/2021)
  3. Controvérsias sobre a origem nobre e o sobrenome de Frederico Guilherme von Hoonholtz (consulta em 19/06/2021)
  4. Acervo Arquivístico da Marinha do Brasil - Teffé, Antônio Luiz Von Hoonholtz, Barão de (consulta em 19/12/2021)
  5. Senado Federal - carta datada de 22/06/1865 do 1º Tenente Hoonholtz, Comandante da canhoneira Araguary, a seu irmão Frederico José von Hoonholtz
  6. Senado Federal - livro Un Explorateur Brésilien, de Alfred Marc, publicado em 1889
  7. RODRIGUES, Antônio Edmilson Martins. Nair de Teffé: vidas cruzadas.- Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002.
  8. Site do Instituto Histórico de Petrópolis (consulta em 06/06/2004)
  9. Site Navios de Guerra Brasileiros (consulta em 07/02/2011)
  10. Site A Nobreza Brasileira de A a Z (consulta em 20/02/2012)
  11. Site da DHN - Ex-Diretores de Hidrografia e Navegação (consulta em 19/06/2021)
  12. Verbete sobre o Barão de Teffé na Wikipedia (consulta em 19/06/2021)
  13. NApOc/NF H-42 "Barão de Teffé" no site Poder Naval (consulta em 19/06/2021)
Atualizado em: 07/03/2024